terça-feira, 20 de abril de 2010

Soneto da Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

2 comentários:

  1. Esse poema é realmente lindo... Você ja ouviu falar do poema ''Se se morre de amor'' de Gonçalves Dias? É realmente muito lindo... Têm também ''Via Lactea do Olavo Bilac! Da uma olhadinha no Google... você não vai se arrepender! Beijos Mohana

    ResponderExcluir
  2. São realmente lindos estes poemas que vc citou! Obrigada Mohana! Beijos

    ResponderExcluir